A Iniciação

   Eis um dos grandes pontos de interrogação que paira sobre as cabeças místicas no momento. Ela é necessária? Quem pode fazê-la? E a auto-iniciação? É reconhecida?

   Bom, vamos encarar os fatos claramente, a iniciação só é válida se você acredita nela, mesmo que Merlin em pessoa tenha iniciado você, se há dúvidas no seu coração, ela não vai funcionar, o ritual de iniciação, assim como outros rituais em geral, só serve para materializar através de gestos e palavras o que vai dentro da sua mente, precisamos de rituais para ajudar nossas cabeças a fazerem aquele "clique" que separa nossos desejos de suas realizações.

   Assim, a iniciação só tem valor se você acredita nela, é por isso que tanta gente não acredita numa auto-iniciação, a maioria das pessoas tem um problema para acreditar em si mesmas, ficam inseguras, mesmo quando sentem ou vêem sinais físicos, depois, acreditam que pode ter sido apenas sua imaginação, a iniciação por outra pessoa, no entanto, passa para esta o valor que a pessoa não consegue dar a si mesma.

   Olhando agora para o outro lado do espelho, temos os tradicionalistas, os conservadores e antigos círculos de estudos de magia que mantêm secretos seus dogmas, para essas pessoas, é interessante que se mantenha a hierarquia, pois temem que tudo vire  uma grande bagunça, é compreensível que essas pessoas tenham medo, pois a magia é poderosa demais para ir para as mãos de qualquer um. É verdade que a magia é poderosa demais e que algumas pessoas não saberão lidar com ela, mas os portais estão abertos e o véu deve ser retirado, é hora da magia voltar ao homem comum e é hora de confiar um pouco na providência, afinal, isso é o livre arbítrio.

   Agora para tirar as dúvidas em questão, aqui está as respostas. Um auto-iniciado tem poder sim, e este poder não será maior ou menor do que se ele fosse iniciado por outra pessoa, porque o poder é dele e não da pessoa que o iniciou, se era um mago medíocre sozinho, continuará sendo acompanhado, agora, a única coisa que faz realmente diferença entre a iniciação e a auto-iniciação é o fato de ser apresentado ao mundo invisível.

Explicando:

   Quando nos iniciamos, entramos num mundo de fadas, duendes, fantasmas e muitas outras entidades de planos vizinhos. Na auto-iniciação, o que você está fazendo é se apresentando corajosamente a estas entidades e dizendo que quer travar contato com elas, se você tiver motivos, err..., digamos, impuros, para estar querendo entrar na magia, não será muito bem aceito, a não ser por entidades que não ligam, por motivos impuros, citamos os egoístas ("quero me dar bem"), os cruéis ("quero que os outros se dêem mal") e os fúteis ("quero estar na moda"). Mas não há muito com o que se preocupar, iniciações com falsos motivos são inócuas.

   Por outro lado, se você está sendo iniciado por alguém mais experiente, está senso apresentado por alguém que já conhece as entidades, o sacerdote ou sacerdotisa que se preze sabe muito bem que não pode ir levando qualquer um para o reino mágico e fará uma escolha coerente de quem ele vai iniciar ou não, nesse ponto, vale lembrar que o sacerdote é alguém mais experiente, MAIS EXPERIENTE MESMO! Pessoas jovens demais (adolescentes, crianças) não são sacerdotes ou sacerdotisas, são, no máximo, iniciados, bruxos, feiticeiras e magos, elas possuem o poder, mais ainda lhes falta o conhecimento e a sabedoria que só vem com o aprendizado do tempo. Sacerdotes e sacerdotisas são raros e são reconhecidos pelo seu poder, pela sua aura, muito mais que pelo seu título.

Outra coisa! Se você está sendo iniciado por um sacerdote, é bom saber que ele irá apresentar você às entidades com quem ele trabalha, com quem tem afinidade, assim, escolha bem, Sacerdotes que trabalham com esferas muito baixas de energia tendem a conectar facilmente com seres de planos inferiores ( que são poderosos, mas podem não se equilibrar bem com sua energia). O sacerdote deve escolher que ele vai iniciar, mas o iniciado também deve escolher quem vai apresentá-lo ao mundo mágico.

Um último recadinho sobre este assunto. Tenha cuidado, muito cuidado mesmo, com as coisas veiculadas na Internet. Qualquer chimpanzé consegue postar mensagens ou colocar um site no ar hoje em dia e, acostumados à idéia de que quem escreve sabe o que está fazendo, acreditamos cegamente, pois é, como minha professora disse, tem muita bobagem na Internet. Há muita coisa boa, também, o problema é que as coisas boas estão misturadas com um monte de idéias mentirosas, falsas ideologias, preconceitos e fraudes descaradas, separar o joio do trigo requer um conhecimento que poucos têm. Procure bons livros, procure conhecer os autores e veja se as atitudes deles condizem com o que escrevem, ouça sua intuição e faça escolhas sábias, nada pior do que um aprendizado ruim cheio de falhas e nada melhor para oferecer isso que a Internet.